segunda-feira, 8 de agosto de 2011

ORIGEM DO CÃO


Difícil se torna entender que o dócil Spaniel, os lobos, os pastores, os dogos ou os pequineses, assim como todas as raças caninas da face da terra tenham um ponto comum em sua origem, descendem todos do Miacis, do remoto Eoceno. Em pequenas diferenças anatômicas que os caracterizaram por milhões de anos fizeram com que os canídeos, vindos a ter contato com o homem, pudessem dar origem a tal diversidade de raças.
Há aproximadamente 60 milhões de anos após o desaparecimento dos Dinossauros, mas antes do inicio da evolução dos mamíferos no período que os Geólogos chamam de Eoceno, os continentes eram recobertos de florestas tropicais e de planas savanas, eram habitadas por hordas de animais cuja aparência, pareceria de todo estranha nos nossos dias. Além destes primitivos animais, que em sua maioria foram “Formas Experimentais” da natureza que fadados a extinguirem-se, mais ou menos, rapidamente além destas encontrava-se também o Miácis.

Miácis - para podermos falar sobre a origem do cão somos obrigados a nos reportarmos a este primeiro ancestral, animal de dimensões modestas, de corpo Alongado, cauda longa e pernas curtas, bastante semelhante aos atuais castores, animal este que deu origem aos canídeos conhecidos atualmente. Dentre os antigos animais que habitavam a terra na Era Eoceno, os Miácis constituíam segundo os estudiosos de hoje, uma pequena comunidade que ocupava em conseqüência um pequeno espaço de terreno. Entretanto, esta pequena comunidade reunia em si mesmo as características mais adequadas para sobreviverem entre a grande horda de carnívoros que seguiam sua predação através dos continentes.
 Miácis com um lado do sistema nervoso bastante evoluído para a época, sendo assim com inteligência superiora dos animais rivais, além de dentadura particularmente eficiente, principalmente os dentes caninos implantados bem à frente da mandíbula, constituindo-se numa arma cortante, foram gradualmente substituindo em todos os continentes, os carnívoros maiores que lhe haviam precedido na raça, aos animais vegetarianos. Na era que se seguiu ao período Eoceno o que se chamou de Oligoceno, fizeram sua primeira aparição há 40 milhões de anos, dois tipos de carnívoros descendentes do Miácis, aos quais se pode atribuir a qualificação de Canídeos ou Hesperocyon e o Daphaenus.
Hesperocyon - um pequeno esguio carnívoro não muito diferente de seu ancestral, o Miácis, constituiu o progenitor comum das famílias dos cães e dos Procionídeos.
Daphaenus - este já de porte avantajado, com a cauda longa foi o progenitor dos ursos, que surgiriam no Plistoceno há mais ou menos um milhão de anos.
O desenvolvimento paulatino compreendia linhas evolutivas diferentes, porque se observarmos aquela que passa pelo Hesperocyon, essa conduz diretamente aos cães selvagens de caça indiano e africano, a linha evolutiva mais importante torna-se aquela que passando pelo Tomarctus, um canídeo do Mioceno, chega ao lobo etrusco e a raposa dos tempos modernos.
Canis - durante o plistoceno, os cães selvagens foram levados a evoluir em direção aos seus diversos tipos modernos; lobos, chacais, raposas e numa linha em separado, os já referidos cães selvagens da Índia e da África.

Idade da Pedra - nesta era os homens viviam exclusivamente da caça, frutas silvestres e raízes. Neste ponto da evolução intervém um fato determinante no futuro desenvolvimento da raça canina, a astúcia, a ferocidade, a determinação ao perseguir a presa, levaram a integração de um espírito de
colaboração mútua (espírito de matilha) que fez com que os caninos e o homem se unissem e se ajudassem uns ao outro na caça. Tendo no cão seu companheiro e aliado na caça. Se caracterizando nesta Era evolutiva pela aparição dos cães de caça.

Idade do Bronze - já nesta época, quando o homem começou a dedicar-se à agricultura, a criação de rebanhos domésticos, o homem passou a não se servir do cão exclusivamente como ajudante de caça, mas também como os deveres do guardião de rebanhos e de simples cão de companhia.
Os cães de caça começaram a perder suas finalidades, mas como continuavam um companheiro e amigo, foram adaptados a novas condições evolutivas, e devido aos grandes rebanhos de ovelhas então existentes, apareceram os primeiros cães do pastoreio, esta era evolutiva se caracterizou pela aparição dos cães de pastoreio, os mais remotos ancestrais dos atuais cães pastores entre eles o nosso pastor alemão.
Também nesse ponto começaram as primeiras experiências inteligentes para produzir as varias raças caninas não tendo sido muito difícil para o homem em suas horas de folga entre a plantação e a colheita, ocupar-se com a criação de cães e obter, mesmo que por combinações desprovidas de conhecimentos mais profundos, além da observação externa, conseguir raças diversas de cães. Com o progressivo domesticamento do cão, foram surgindo numerosas raças, tal fato foi muito favorecido pela plasticidade genética dos caninos, condicionando que sua própria linha evolutiva tinha sido caracterizada desde o remoto Eoceno, ou ainda do Plistoceno, por uma diferenciação anatômica mínima entre os vários exemplares que sucederam por milhões de anos. Assim embora aparentemente exista uma grande diferença entre o lobo do norte e o pequinês a descendência de um único tronco constitui sob o ponto de vista genético um fenômeno facilmente explicável. Assim um pequinês representa a variante genética de qualquer lobo selvagem que em épocas distantes preferiu abandonar a própria existência selvagem e independente, para se tornar um dócil e fiel amigo do homem.
Fontes de Consulta: Enciclopédia Canina; Apostila da SBCPA.

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